terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Calendários Missionários 2017 - Baixe e imprima


O ano de 2016 se aproxima de seu término, e como fizemos no ano passado, preparamos para nossos leitores uma série de calendários com foco missionário, para você baixar e imprimir.
Se no ano de 2016 o foco foram países variados onde é pequena a presença do evangelho (Arábia Saudita, Indonésia etc.), o tema para o ano de 2017 são os seis países lusófonos (que têm o português como língua oficial) da África: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Cada uma das seis páginas (formato A4) traz, além de uma bela imagem do país e os calendários de dois meses do ano, informações gerais sobre o país em questão (população, povos, povos não-alcançados, principais cidades, línguas oficiais, estatísticas religiosas e bandeira). E ainda uma frase de incentivo à tarefa de evangelização da igreja.
Preparamos ainda o calendário tendo por tema as crianças. Neste caso, também como no ano passado, são duas páginas, com uma imagem (neste caso, de crianças africanas) e seis meses de calendários em cada uma, além de uma frase sobre a importância da evangelização/discipulado de nossos pequeninos.
Note ainda o selo em comemoração aos 500 Anos de Reforma Protestante (1517 - 2017), que elaboramos especialmente para a data, e que será inserido em todas as nossas publicações e projetos durante 2017. Sobre os significados do selo, confira AQUI.

Para baixar o Calendário Missionário Países 2017 pelo Google Drive, CLIQUE AQUI.
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Além dos arquivos em PDF, ideais para você imprimir, também disponibilizamos as imagens do calendário, em boa resolução, para você copiar e usar onde quiser. Confira abaixo:


PAÍSES 2017
(Clique nas imagens para ampliar, em seguida copie/salve em seu computador)









CRIANÇAS 2017



Caso não consiga fazer o download, solicite o envio por e-mail, escrevendo para:  sreachers@gmail.com

Um selo para os 500 anos da Reforma Protestante



Apesar de não ser um designer, achei por bem criar um selo comemorativo para celebrar os quinhentos anos da Reforma Protestante (1517 – 2017), selo que, embora simples, expressasse alguns valores dignos de reflexão neste momento festivo.
Perceba em primeiro lugar que algumas das linhas paralelas que envolvem ou guarnecem os braços da cruz estão ‘faltando’: Isso representa o lema proposto pelo reformador holandês Gisbertus Voetius (1589-1676): “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est” (“A Igreja é reformada e está sempre se reformando). A frase significa que a obra da Reforma não está concluída, mas persevera ou deve perseverar em seu avanço em direção à verdade e à vivência de um cristianismo a cada dia mais bíblico (há quem utilize o termo apostólico, perfeitamente válido) e equilibrado.
Repare também nas setas direcionais, postas nos quatro cruzamentos da cruz (apontando para o que seriam os pontos colaterais em uma rosa-dos-ventos); tais setas referem que, se a Reforma representou um retorno ou reaproximação à verdade, tal verdade deve ser comunicada com urgência e ímpeto; ímpeto maior do que o daqueles que comunicam o engano, cada vez maior, em cada vez mais variadas formas. Cremos que a Reforma é um movimento engendrado em Deus, peça de perfeito encaixe dentro de seu kairós, seu tempo; movimento que aponta para conserto dos agentes E engajamento na ação, ou seja, reerguimento da Igreja e/para o cumprimento da Grande Comissão. Assim, a Reforma é um prenúncio da volta do Rei, e um movimento fundamental de seu glorioso retorno.
Tal selo integrará todas as publicações e demais projetos editoriais que elaborarmos ao longo do ano de 2017. Mas não trata-se de selo distintivo ou exclusivo: Se lhe parecer oportuno, você está livre para utilizá-lo como quiser, bastando referir esta explicação, sobre a simbologia do selo, em algum lugar de seu projeto, site etc.

Sammis Reachers



sábado, 17 de dezembro de 2016

Vem aí o VOCARE 2017 em Londrina/PR - Participe!


Vocare é m movimento, sob a liderança da AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que reúne organizações, agências missionárias e ministérios que levam a sério a juventude e também a experiência espiritual do chamado de Deus que afeta a vida toda em todas as dimensões.
Para maiores informações e inscrições, acesse: http://vocare.org.br/site/

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Alcançando o Mundo em Família


Durante suas viagens, Paulo plantou igrejas, fez discípulos e abençoou diversas famílias. Uma dessas famílias ficou registrada nas Escrituras como uma família de Fazedores de Tendas. Eles viveram o Evangelho de tal forma que até hoje são um modelo perfeitamente reproduzível de família cristã.
Atos 18.2-3 traz a história do encontro de Paulo com essa família:
“[Paulo] encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas”.
Nesses versículos, o autor conta que eles eram judeus exilados provavelmente por terem se convertido ao cristianismo, já que há indícios históricos de que a expulsão ocorrida naqueles dias teve como principal causa os judeus cristianizados que estavam causando tumulto em Roma.
Uma característica relevante dessa família era a sua hospitalidade. Eles não apenas passaram a trabalhar com Paulo, mas o receberam na própria casa. Essa estratégia permite que laços profundos sejam criados. Ao morar e trabalhar com eles, tanto Paulo quanto seus anfitriões tiveram tempo para conversar, compartilhar e mutuamente crescer no conhecimento da Palavra. Esse foi o período no qual Áquila e Priscila adquiriram um conhecimento ainda mais sólido e profundo a respeito do Evangelho.
Em Atos 18.24-26, o casal não morava em Corinto, mas em Éfeso. Lá eles conheceram Apolo, um engajado pregador da Palavra. Curiosamente Apolo não conhecia a Cristo. Ele tinha ouvido a mensagem de João Batista e saiu a pregá-la. Porém, nesse meio tempo, Jesus se revelou e viveu todo o seu ministério sem que Apolo o soubesse. O casal de missionários, tendo percebido isso, novamente foi hospitaleiro e levou-o consigo para expor-lhe mais precisamente o Evangelho.
Ao escrever aos romanos, Paulo se referiu a essa família e mostrou com clareza o modelo de atuação deles. Nas saudações finais da carta, Paulo faz referência ao casal e à igreja que se reunia em sua casa. É interessante ver que, mesmo após ser expulso de Roma, o casal de missionários volta para lá e estabelece uma igreja em sua casa. Juntos começaram um novo grupo em que os cidadãos podiam ter acesso à mensagem da Cruz.
Esse modelo que leva em conta a hospitalidade, a pregação do Evangelho e a iniciativa de começar uma igreja na própria casa atualmente é a forma de atuação de inúmeras famílias de missionários. Esse é um modelo de família cristã em que Cristo é exposto de forma natural e intencional e deve ser seguido por cada crente, por cada família cristã que tem o desejo de alcançar o mundo com o Evangelho.
Por Gustavo Borges – missionário do PEM

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Devocional: A Fidelidade do Pai


"As misericórdias 
do Senhor são 
a causa de não 
sermos consumidos... 
Grande é a tua fidelidade." — Lamentações 3:22-23
Hudson Taylor, o humilde servo de Deus na China, demonstrou confiança extraordinária na fidelidade de Deus. Em seu diário ele escreveu: “Nosso Pai Celestial é alguém muito experiente. Ele sabe muito bem que Seus filhos acordam com muita fome todas as manhãs…. Ele sustentou três milhões de israelitas no deserto por 40 anos. Nós não esperamos que Ele envie três milhões de missionários para a China; mas se os enviasse, teria todos os meios para sustentá-los. Confie nisso, o trabalho de Deus, feito à Sua maneira nunca deixará de ser suprido por Ele.” 

Podemos estar fracos e desanimados, mas o nosso Pai Celestial é todo-poderoso. Nossos sentimentos podem ser abalados, mas Ele é imutável. Até mesmo a própria criação é um registro da Sua fidelidade. E por isso podemos cantar essas palavras de um hino escrito por Thomas Chisholm:

Flores e frutos, montanhas e mares 

Sol, lua, estrelas no céu a brilhar 

Tudo criaste, na terra e nos ares

Todo o universo vem, pois, te louvar.

Que encorajador é viver para Ele! Nossa força para o presente e esperança para o futuro não se fundamentam na estabilidade da nossa própria perseverança, mas na fidelidade de Deus. Não importa qual a nossa necessidade, podemos contar com a fidelidade de Deus. —PVG


Aquele que se entrega totalmente a Deus 
jamais será abandonado por Ele.

domingo, 27 de novembro de 2016

XI Encontro Missionário Estudantil e Profissional – Carnaval 2017


Tema de 2017: O Mundo ao meu Lado
Tema Bíblico: A Cosmovisão Cristã
EMEP – Encontro Missionário Estudantil e Profissional, acontece a cada dois anos, sempre no Carnaval, alternando com o Alargando as Tendas (encontro para profissionais). São palestras, oficinas, mensagens inspirativas, testemunhos e momentos de intercessão, todos visando despertar visão e compromisso missionários, tanto no estudante ainda em formação, quanto no profissional já atuante. O Encontro é aberto a estudantes universitários e profissionais em geral.
Objetivo
Incentivar o estudante e o profissional a comprometer-se com missões em nível mono e transcultural, em tempo integral, no contexto estudantil, na vida profissional e como bi-ocupacional.

Data: 25 a 28 de fevereiro de 2017
Início: sábado 25 de fevereiro às 10h15
Término: terça-feira 28 de fevereiro com almoço

Local do encontro: O Encontro será realizado nas dependências da Escola de Missões – CEM.
Para maiores informações, acesse: http://www.cem.org.br/site/cursos/curta-duracao/emep/

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

NÃO VÁ! SEJA ENVIADO - Ronaldo Lidório


Percebo que cresce o número de missionários que desejam caminhar de forma independente, sem serem enviados por uma igreja local e sem prestar contas a alguma liderança. Há também igrejas que não creem no envio missionário ou não desejam participar deste processo.
Parece-me que a Bíblia dá clara importância ao processo do envio missionário, coordenado por Deus e envolvendo tanto a igreja quanto os vocacionados. Em Atos 13, nos versos 1 a 4, lemos que a igreja em Antioquia estava orando e jejuando quando ouviu a voz do Espírito Santo e impôs as mãos sobre Paulo e Barnabé para que chegassem aos gentios, segundo a vontade de Deus. Vejamos como o processo aconteceu.
O verso 1 fala sobre aqueles que eram reconhecidamente líderes na igreja em Antioquia. O verso 2 destaca que Paulo e Barnabé "serviam ao Senhor", demonstrando que possuíam vida com Deus e testemunho entre os irmãos. Logo depois declara que o próprio Espírito Santo falou com a igreja para que os separasse "para a obra a que os tenho chamado", que era a evangelização dos gentios. Não sabemos como a igreja ouviu a voz do Espírito, mas a Palavra esclarece a sua postura de busca, oração e submissão ao ouvi-la. O verso 3 afirma que a igreja (possivelmente os líderes) impôs as mãos sobre Paulo e Barnabé e os despediu. Despedir, do grego 'apoluo', significa "não reter", ou seja, soltar as amarras ou abrir a porta para que alguém saia. O verso 4 narra que eles, enviados pelo Espírito Santo, logo seguiram para Chipre cumprindo a missão.
A declaração de que foram "enviados pelo Espírito Santo" não exclui a igreja ou os missionários deste processo, ao contrário, os inclui. Enviar, do grego 'ekpempo', significa "fazer sair". A figura nos versos 3 e 4 é da igreja abrindo a porta e do Espirito Santo fazendo Paulo e Barnabé sairem. Assim, a narrativa do texto demonstra que todo o processo de enviar e ser enviado se deu na igreja de Deus (v 1), foi elaborado pela iniciativa de Deus (v 2), conduzida na relação com Deus (v 3) e finalizada por Deus (v 4). O papel da igreja ao enviar e do missionário a ser enviado, portanto, é fazer a vontade de Deus.
A imposição de mãos possuía um significado específico entre romanos e gregos no primeiro século. Compreendê-lo também nos ajuda a perceber a responsabilidade de enviar e o privilégio de ser enviado.
Sinal de autoridade. Esse “impor de mãos” em Atos 13 remonta ao grego clássico quando um pai impunha suas mãos sobre o filho que lhe sucederia na liderança da família, uma transferência de autoridade. Para Paulo e Barnabé indicava que eles possuíam a autoridade eclesiástica para fazer o que a igreja faria, mesmo onde ela não estivesse presente como congregação. É, portanto, ao mesmo tempo uma carga de autoridade e responsabilidade. Eles poderiam pregar a Palavra, orar pelos enfermos e confrontar os incrédulos com o evangelho, mas ao mesmo tempo precisariam também compartilhar da mesma fidelidade e dedicação que existia naquela comunidade dos santos em Antioquia. Prestariam contas à igreja.
Sinal de reconhecimento. A imposição de mãos também era usada em momentos oficiais, como na cidade de Alexandria, quando vinte oficiais foram escolhidos para guardar a entrada da cidade que sofria com frequentes ataques de nômades. Sobre eles foram impostas as mãos em sinal de reconhecimento de que eram dotados das qualidades para aquela função. Para Paulo e Barnabé, significava que a liderança da igreja reconhecia não apenas o chamado (que era claro), mas também a maturidade e dons para cumprirem a missão.
Sinal de cumplicidade. Encontramos também no contexto imperial o “impor de mãos” no sentido de cumplicidade, quando generais eram enviados a terras distantes para coordenar uma província. As autoridades enviadoras impunham as mãos demonstrando que os enviados não seriam esquecidos. Permaneciam como parte do corpo mesmo não estando entre eles. Para Paulo e Barnabé, era o equivalente a dizer que, por mais distante que fossem, permaneceriam ligados à igreja de Antioquia. E que essa igreja continuaria responsável por eles, amando-os, orando por suas vidas e sustentando-os em suas necessidades.
Havia, portanto, um forte vínculo de relacionamento entre a igreja enviadora e os missionários enviados. Este vínculo, porém, não se fundamentava prioritariamente no compromisso humano ou em um projeto de trabalho, mas na profunda convicção de que enviadores e enviados estavam fazendo a vontade de Deus, o qual inicia, autoriza e coordena toda a ação. Ao fim do dia, sejamos a igreja que envia ou os missionários que vão, é isto que nos fundamenta: a profunda convicção de que estamos fazendo a vontade do Pai.
Impor as mãos como sinal de autoridade e reconhecimento não é tão desafiador para a igreja como em sinal de cumplicidade, pois ser cúmplice implica em algo contínuo que demanda dedicação, amor e prolongado cuidado.
Ter as mãos impostas como sinal de reconhecimento e cumplicidade não é tão desafiador para o missionário como em sinal de autoridade, pois aponta para a necessidade do missionário respeitar, submeter-se e prestar contas à igreja.
É certo que todo salvo em Cristo é chamado por Deus (1 Pedro 2:9). Chamado para a oração, adoração, comunhão, testemunho, Palavra e proclamação do evangelho. E em meio a todos os salvos Ele também chama alguns para ministérios específicos (Efésios 4:11), a fim que a igreja seja edificada e que o evangelho seja propagado.
Ao vocacionado ao ministério, eu aconselho: não vá, seja enviado. Envolva-se com sua igreja local a fim de que o seu chamado e dons sejam reconhecidos, a voz do Espírito seja ouvida e você seja enviado pela igreja e como parte da igreja.
Aos pastores e líderes, dois conselhos: (1) Não retenham aqueles que Deus tem chamado. Envie-os em nome de Jesus para que o evangelho de Jesus seja proclamado e o Seu nome glorificado. (2) Não enviem para longe aqueles que não são uma bênção perto. Quem não possui um bom testemunho perto não o terá longe. Observem o testemunho de vida, a convicção do chamado e o preparo para o ministério antes de envia-los.
Entendo que alguns vocacionados ao ministério sofrem pela falta de consciência missionária da própria igreja local ou de sua liderança perante o seu chamado. Muitos aguardam um encorajamento e apoio que nunca chegam, o que lhes traz frustração e desencorajamento. Neste cenário o primeiro passo é orar. Ore por sua igreja e por seus líderes, para que sejam conduzidos por Deus a entender a forma e o tempo certo para o seu envio. Deus ouve as orações. Em segundo lugar invista. Invista na vida de seus pastores e líderes para o estudo da Palavra sobre a missão. Tenho visto muitos pastores com uma visão missionária despertada após terem lido um bom livro ou ouvido uma exposição bíblica sobre a missão. Em terceiro lugar testemunhe. Não aguarde ser enviado para servir a Cristo, envolva-se com sua igreja local e desafios missionários ao seu redor. Sobretudo, não desanime. Aquele que o chamou há também de envia-lo, para que o evangelho seja pregado e o nome de Deus seja glorificado entre todas as nações.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Devocional: Eis me aqui

"Depois disto, ouvi 
a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim." 
—Isaías 6:8
Um dos meus amigos mais queridos do seminário tinha um amor ardente pelo Salvador. O desejo do seu coração era se formar, casar-se com a sua noiva, retornar à sua cidade no interior e implantar uma igreja para levar seus amigos e família a Cristo.

Entretanto, o sonho acabou quando os noivos morreram em um trágico acidente, deixando seus amigos estudantes chocados com a perda. No culto memorial, o desafio foi lançado: “Ele se foi. Quem servirá em seu lugar?” Como prova do impacto daquele exemplo, mais de 200 alunos se levantaram para assumir a responsabilidade do 
servo do Senhor que partira.

A resposta daqueles alunos ecoa o compromisso de Isaías. Em um tempo de medo e insegurança, o profeta foi convocado à sala do trono de Deus, onde ele o ouviu dizer: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8). 

Deus ainda chama homens e mulheres para serem Seus embaixadores nos dias de hoje. Ele nos desafia a servi-lo — às vezes perto de casa, às vezes em terras distantes. A pergunta para nós é: como responderemos ao Seu chamado? Que Deus nos dê coragem para dizer: “eis-me aqui, envia-me a mim.” —WEC


A quem Deus chama, Ele capacita; 
a quem Ele capacita, Ele envia.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Missões de curto prazo e eventos de capacitação: Invista suas férias no Reino!

Listamos aqui alguns projetos missionários de curto prazo, e também eventos de capacitação, que acontecerão entre Dez/2016 e Fev/2017. Dedique suas férias para alcançar almas sedentas! Capacite-se!
Ah, nunca é demais lembrar: Agências missionárias denominacionais (batistas, metodistas, assembleianos etc.) quase sempre possuem eventos deste tipo, então se for de seu interesse procure informações junto à liderança de sua denominação e nos sites da mesma.

Missões de Curto Prazo













 Em MG. Contato: projetotairu@gmail.com  






Para maiores informações, acesse: http://www.entrejovens.com.br/sertao2017/


OUTROS PAÍSES:


A Missão OM Internacional oferece oportunidades variadas para missões de curto prazo em diversos países, tais como Egito, Rússia, Grécia, Nepal e outros. Para maiores informações acesse: http://www.om.org.br/curto-prazo



Eventos de Treinamento e Capacitação

Gestão de Missões na Igreja Local. http://gmil.wycliffe.org.br/


http://www.amtb.org.br/


Treinamento e prática. https://www.movida-net.com/pt/





01 a 25 de Fevereiro em Vitória - ES
Para maiores informações, acesse: http://avalanchemissoes.org/escola-de-verao/

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Analzira Nascimento, A Enfermeira Que Ficou - Assista ao documentário


O filme "Analzira, a enfermeira que ficou" concorre ao prêmio de melhor documentário do Festival de Cinema Cristão 2016. Ele é uma produção do ministério Oikos com apoio de Missões Mundiais. Produção e roteiro do Pr Gilson Bifano, com edição e direção de João Santolin. O documentário relata como a missionária e enfermeira Analzira Nascimento arriscou a própria vida durante quase 20 anos para ajudar pessoas necessitadas durante a guerra na Angola.
A votação é popular e pode ser feita até o dia 30 de outubro pela internet. Dê seu voto: http://festivaldecinemaficc.com.br/festival/voto/


Fonte: Missões Mundiais

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Devocional: Você está preparado?

"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado." — Atos 13:2
Três meses antes de uma viagem missionária que planejáramos, um amigo e eu estávamos conversando sobre 
o evento que se aproximava. Ele me disse: “Se alguém não puder ir, estou disposto a me juntar a vocês.” Não seria nada fácil, passaríamos oito dias pintando e consertando coisas no calor tropical. Ainda assim, o meu amigo parecia ansioso para ir conosco.
Cerca de seis semanas antes da data marcada para nossa partida, abriu uma vaga. Eu mandei um recado para meu amigo — eu não o encontrara durante esse período — e perguntei-lhe se ainda estava interessado. Ele respondeu imediatamente: “Com certeza! E já tirei meu passaporte, caso você me chamasse.” Ele tinha se preparado antecipadamente, caso fosse chamado.
O preparo do meu amigo traz-me à memória o que aconteceu no primeiro século em Antioquia. Paulo e Barnabé faziam parte de um grupo que se preparava espiritualmente para fazer qualquer coisa que Deus ordenasse ou partir para qualquer lugar que Ele os enviasse. Eles não se prepararam obtendo um passaporte, mas “servindo eles ao Senhor e jejuando” (Atos 13:2). E quando o Espírito Santo disse: “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra”, eles estavam prontos para a jornada.
Você está se preparando para o que Deus possa querer que você faça? Quando o Espírito disser: “Vá,” você estará pronto? —JDB
Mantenha suas ferramentas preparadas 
— Deus encontrará um trabalho para você.

sábado, 15 de outubro de 2016

Evangelização ou colonização? - Daniel Buanaher

Começo este texto com uns cinco anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que eu morava em Moçambique, certa mulher, no evangelismo, me deixou sem resposta quando me disse: “Eu aceito esse seu Jesus. Mas quanto aos meus filhos que não têm o que comer hoje à noite? Não tens nada a dizer?” Parece clichê, mas aconteceu de fato.
Rumino essa pergunta desde então. Ouvi reclamações parecidas de outras pessoas, naquela região; hoje, essas lembranças me revisitaram quando li o livro da Analzira Nascimento, Evangelização ou Colonização? Senti que preciso escrever sobre o meu desconforto de ver modelos de evangelização colonialistas, que não se importam com o outro, em pleno século XXI. Deixe-me clarificar isto: meu desejo é ver a missão da igreja permeada com a elegância, inclusão, compaixão e solidariedade do Evangelho. Mas nossa maneira de evangelização, às vezes, é outra. Há ainda muitas caravanas missionárias movidas por motivações muito diferentes das que o senhor Jesus ensinou.
Parece que tenciona-se fazer uma evangelização que simplesmente arrebanhe um grande número de pessoas para encher os templos cristãos. Podemos falhar na nossa abordagem evangelística quando compartilharmos a nossa fé sem respeitarmos a “casa do outro”. A nossa obsessão por cumprir metas e implantar programas pode “invisibilizar” o outro, e isso é colonialismo.
Avanços numéricos de missionários com essa mentalidade em várias regiões do hemisfério sul já deram sinais suficientes de como é desastroso o tal empreendimento no campo missionário
Antes que me jogue uma enxurrada de pedras pelo que coloquei até agora, perceba que não pretendo, de forma alguma, desvalorizar o trabalho competente de algumas igrejas e organizações missionárias. Seria muita burrice e ingratidão da minha parte dizer que nada que preste foi feito até agora. Inclusive, em minhas preleções pelo Brasil afora, procuro sempre agradecer ao povo brasileiro pelas orações e esforços que têm empenhado em prol do povo africano. Desejo apenas convidar a reavaliarmos nossas motivações missiológicas.
Agora, quem nunca perguntou para um amigo ou um missionário da igreja: Quantas almas você ganhou para Cristo ano passado? O problema de perguntas como essa é que revelam nossa obsessão pelos números. Pior, não levam em conta o nome, a história e a identidade do outro. O “outro” é visto como objeto, é apenas o “alvo” da nossa missão, que mostra se alcançamos ou não os objetivos do nosso grupo.
Ainda em nossos dias, em vários países africanos e mesmo no Brasil, é possível encontrar igrejas que exigem o uso de terno e gravata para seus ministros quando estão à frente de alguma celebração. Sei de cultos longos, debaixo de temperaturas elevadíssimas e ao ar livre, que o líder jamais se apresenta sem traje ocidental formal completo, porque foi assim que “o missionário ensinou”. O traje típico africano não era considerado espiritual e apropriado para oficiar.
Não gosto nem de pensar no destino de canções como “Ninrowa wira só” ou “Navolowé mama na volowé” tomariam, caso fossem substituídas por completo pelos hinos da Harpa. Certa feita um amigo, ex-seminarista, me contou que seu pastor brigou com ele porque não estava usando terno, no culto. A resposta dele foi a seguinte: “o único problema, pastor, é que não tenho dinheiro para comprar o segundo terno”.
Me entendam, não sou contra o terno e a gravata. O que me causa pavor é essa lógica colonialista que rotula a cultura e a vivência do outro como cultura de “segunda categoria”. Aí eu pergunto: e Jesus que andava de vestido pelas ruas da Galileia? E os apóstolos que comiam à mão, sentados no chão? São inferiores por isso?
Cada vez que um missionário leva um montão de gravatas para distribuir nas aldeias eu me flagro perguntando: como seria se eu levasse um montão de balalaicas (roupa típica africana) para o país dele? Será que usariam esse adorno tão belo em todos os cultos? Você é inteligente e já intuiu onde quero chegar.
Prefiro que o processo da enculturação seja natural, sem imposição, sem execrar as vivências do outro como diabólicas. Se houver interesse por parte dos evangelizados em adotar alguns costumes do ocidente, que seja por opção deles. Nossa tarefa é levar a Boa Notícia. O chinelo que vem do ocidente é muito bem-vindo sim, mas a tentativa de homogeneizar a cultura precisa ser repensada. Confesso que tenho a tendência de pensar que todo o esforço de higienizar os costumes do outro (não sendo eles imorais) é colonialista e hipócrita.
O projeto cristão visa preparar para a vida. Jesus jamais pretendeu anular os costumes de povos não-judeus. Daí ele celebrar a fé em um centurião, adorador no paganismo romano, como digna de elogio.
No livro supracitado, Analzira trata desse tema com sensibilidade e competência. Ela, uma missionária da Junta de Missões Mundiais, que serviu em Angola por 17 anos durante a guerra civil. Doutora em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo e responsável pelos projetos missionários da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo. Mostra historicamente como chegamos a este modelo missionário colonialista, sem poupar críticas aos que se julgam saber o que é melhor para o outro. Dá voltas na história das missões, porém não perde de vista o seu objetivo.
Livro Evangelização ou Colonização?, Editora Ultimato

O livro começa descrevendo a crise pragmática sociocultural e epistemológica que vivemos neste início de milênio e que afetou também o projeto missionário cristão. Faz uma boa demonstração da influência do iluminismo no pensamento e prática missionária, contribuindo para configurar o sentimento de superioridade ocidental, que foi fortalecido com os projetos colonialistas. Descreve a crise desse modelo e sugere a busca de uma adequação para superar o descompasso com um novo mundo.
Expõe como o modelo de missão foi sendo sedimentado a partir da compreensão que a igreja tinha acerca do seu papel no mundo em cada época. O livro fica mais interessante no capítulo sobre o protestantismo, quando discute o projeto imperialista e monocultural que a Reforma Protestante impulsionou com marcas do puritanismo e do pietismo. No último capítulo, propõe um reencontro com a dialogicidade para atuar uma nova lógica descolonizada. Defende a recuperação do modelo ideal bíblico, o aprendizado com a história e a educação do olhar para ver o mundo na perspectiva do outro. Afirma que é preciso parar de invadir “a casa do outro”, entender que ele também tem o que dizer e que, ouvindo, alcançaremos condições do diálogo.
Analzira, a escritora-focada, não se prende muito nas questões teológicas nem quando vê um assunto que poderia garantir um belo debate como a Missio Dei. Diz ela que o livro não é sobre teologia da missão, mas sobre encontrar alternativas que recuperem o ideal do projeto inicial de Deus.
Entretanto, Analzira está sempre atenta às questões mais importantes. Por exemplo, quando precisou redefinir o termo “missão”, chama Karl Barth, que definiu missão como a ação de Deus no mundo. E o africano David Bosch que disse que missão é envolver-se no movimento do amor de Deus com a humanidade. Assim, a Missio Dei nos dá uma visão mais holística e traz abordagens mais relacionais e menos gerenciais.
As comunidades evangélicas não deveriam se fechar em seus guetos, falando com um mundo que não existe. É preciso ter uma visão sistêmica que contempla o homem na sua integralidade e compreender nossa responsabilidade diante da sociedade contemporânea.
Levar o Evangelho não significa se impor diante da cultura do outro. Na evangelização, fica implícito que todos podem continuar a tecer, compor, escrever, brincar, dançar como sempre fizeram, desde que isso não se oponha ao evangelho. O evangelho nos convoca à pratica da justiça; traz abordagens solidárias entre distintos homens e mulheres e nos convida a tornamo-nos cada vez mais parecidos com Jesus, nosso irmão e amigo.
Portanto, que possamos negar na nossa prática missionária a colonização e adotar mais o modelo de evangelização dialogal.

DANIEL ANTÓNIO BUANAHER é graduando em Teologia pela Fundação Universitária Vida Cristã (FUNVIC) e em Pedagogia Pela Universidade Norte de Paraná (UNOPAR). É africano de nacionalidade moçambicana, natural da cidade de Pemba, Província de cabo Delgado. Atualmente reside no Brasil. Daniel Buanaher (como gosta de ser chamado) é o filho mais velho do casal António Buanaheri e Maria Buanaheri.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Oração e Missão


Antes de sair para o campo missionário sabíamos que a oração seria fundamental para nosso projeto missionário. Nossa missão (MIAF) colocou um alvo de levantar 200 intercessores antes de nossa saída. Depois de 14 anos fazendo missões podemos dizer que se não fosse todos intercessores que levantamos desde nossa saída até o dia de hoje não teríamos chegado até onde estamos em nossa trajetória, as decisões importantes que tomamos, as lutas que enfrentamos e as perseguições no Quênia teríamos ficado para trás e nunca teríamos visto o avanço da obra missionária em nossas vidas. Sempre foi uma grande benção saber que não apenas Deus era conosco mais que Ele também havia levantado um grande exército para guerrear junto conosco nossas batalhas e que jamais estaríamos sozinhos. Até mesmo nosso chamado missionário se deu porque orávamos para que o Senhor da seara enviasse trabalhadores, pois a seara era grande e os trabalhadores poucos. Nem sabíamos que Deus usaria nossa própria oração para nos chamar nesta grande obra. Não temos o que reclamar, só temos motivos de louvor, pois inúmeras são as vezes que diante de tantas lutas podemos sentir que as orações de nossos parceiros intercessores e amigos invadem nossas vidas e uma paz muito grande invade nossos corações e nos sustentam, com a certeza que suas orações não apenas estão sendo ouvidas por Deus mais também elas têm nos sustentam.
Oração e missão são inseparáveis, nunca será possível fazer missão sem oração.
Elas são a base de nosso ministério. Um missionário sem intercessores jamais deveria sair para o campo. Podemos afirmar que tudo não apenas começa com a oração, mas também se desenvolve com a oração e se algum projeto terminar ou mudar de direção vai ser também através da oração que vira a sabedoria e a direção. Oração e missão são inseparáveis, nunca será possível fazer missão sem oração, não conheço nenhum missionário que tenha um ministério abençoado sem o suporte de oração. Nunca conheci uma pessoa que ore pelos perdidos que não esteja envolvida na evangelização local e em missões transculturais, alguém disse que é impossível pensar em uma sem a outra. O segredo do sucesso missionário não está nos recursos que levantamos, mais nas orações que nos sustentam e movem para dentro da vontade de Deus. Que você seja um intercessor de missões, pois quem ora prepara o caminho e participa da missão de Deus.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Desafios para a evangelização na Amazônia

No período de 15 a 18 de junho de 2015 aconteceu a Consulta Nacional Povos Minoritários do Brasil. O encontro que reuniu líderes de diversas agências missionárias de várias partes do país tinha como objetivo refletir sobre a realidade da evangelização e propor ações necessárias para o alcance dos povos minoritários do Brasil.
A Consulta concentrou-se em cinco segmentos socioculturais menos evangelizados no Brasil, seu contexto e desafio. São eles: Indígenas, Quilombolas, Ciganos, Sertanejos e Ribeirinhos. Ronaldo Lidório apresentou o panorama geral dos segmentos menos evangelizados, destacando a necessidade de maior pesquisa para dimensionar o desafio e direcionar os esforços missionários.
A respeito do segmento Ribeirinho, o relatório elaborado na Consulta diz que um grupo constituído por 35 mil comunidades na Amazônia, do qual se estima que 10 mil comunidades ainda não foram alcançadas pelo Evangelho. Vinte e seis milhões de pessoas habitam a Amazônia Legal sendo que cerca de 1 milhão tem pouco ou nenhum contato com o Evangelho. Há mais de 40 iniciativas evangelizadoras na Amazônia Legal e a maioria das comunidades tradicionais num raio de 100 Km das principais cidades já foram alcançadas.
Necessidades de desafios
Dentre as necessidades apontadas no relatório para o avanço do evangelho entre os ribeirinhos estão a conscientização da igreja brasileira, missionários bem treinados, com capacidade de leitura cultural adequada, formação de líderes locais e material pedagógico adequado.
Um grande desafio continua sendo o isolamento histórico e geográfico de milhares de famílias e comunidades, o que exige uma logística complexa para o acesso. O relatório citou ainda outros desafios para a evangelização: pecados culturais arraigados – promiscuidade; iniciação sexual precoce; abuso sexual familiar; conformismo da comunidade; convivência pacífica de lideranças evangélicas com pecados da cultura local; prejuízos resultantes de más experiências evangélicas anteriores e a sustentabilidade econômica.
O que fazer e o que evitar
O relatório orienta que os interessados em se envolver com a evangelização entre os ribeirinhos devem evitar atitudes como de “turistas”; ter cuidado ao firmar alianças com líderes nativos antes de conhecê-los profundamente; não aparentar atitude de superioridade; e fugir do assistencialismo.
Dentre os itens citados como melhores práticas, estão: oferecer preparo para nativos plantadores de igrejas, em localidades mais próximas de seu ambiente; recrutamento considerando chamado e caráter; preparo missionário específico voltado para a realidade ribeirinha; estudo antropológico e histórico da comunidade; recrutamento de professores e agentes de saúde na sede do município para as vilas não alcançadas; adoção de postura de respeito à liderança no processo de evangelização da comunidade; equipes de curto prazo bem preparadas, com alvos definidos e acompanhadas por liderança da igreja.
Para falar mais sobre os desafios da evangelização da Amazônia, o Paralelo10 entrevistou três pastores que atuam na região. Confira na entrevista abaixo:

Paralelo 10 – Qual a maior barreira para a evangelização da população que vive na Amazônia?
Moacy – Existem inúmeras barreiras que posso citar (custo de locomoção altíssimo, comunidades hostis ao evangelho por conta da dependência financeira e da posse da terra pela igreja romana, difícil acesso em muitas comunidades por conta da seca dos rios, dificuldades de comunicação com comunidades indígenas), porém, cito a falta de obreiros que topem enfrentar a realidade amazonense, principalmente a ribeirinha, a maior barreira para a evangelização.
Gilson – Diria que seriam a localização geográfica e as crenças religiosas. No nosso campo de atuação, entre indígenas, além da localização a língua materna de cada povo também é um grande desafio.
William – Acredito que existem duas barreiras significativas para a evangelização na Amazônia. A primeira é a falta de uma instrução e treinamento dos líderes das igrejas ribeirinhas já estabelecidas para a obra missionária. A segunda é a dificuldade de transporte para os locais mais carentes de ação missionaria, tanto naval quanto aéreo. Nenhuma dessas opções é barata.
P10 – Quais aspectos da geografia da região amazônica dificultam e quais favorecem o trabalho de evangelização?
Moacy – Calor beirando ao insuportável na maior parte do ano; secas que encarecem e, muitas vezes, impossibilita o acesso a comunidades; caminhos de estrada de barro em péssimas qualidades para locomoção. Normalmente as cheias favorecem o trabalho missionário, quando se trata de terra seca (áreas que não alagam), porém, quando as comunidades estão situadas em áreas de várzea o trabalho fica prejudicado pelo êxodo sazonal dos moradores.
Gilson – Seja por água ou terra, sempre será um trabalho desafiador. Mesmo que sejam estradas, muitos grupos estão há muitos quilômetros de distância das cidades. Como são regiões longínquas, quem vem trabalhar aqui tem que planejar ficar mais tempo com o povo a ser alcançado. Há muitos recursos naturais: rios, animais, peixes, aves, insetos, plantas, frutas, etc, os quais podem ajudar no sustento diário do obreiro.
William – Ironicamente, um aspecto da geografia que favorece o trabalho da evangelização na Amazônia é o fato de que, através de embarcaçôes e aeronaves, existe como chegar praticamente em qualquer lugar na Janela Amazônica. Praticamente todo povo da Amazônia vive na beira dos rios da Amazônia, mas com uma boa instrução e treinamento de líderes das igrejas ribeirinhas/indígenas, é possível alcançar os que não moram nessas margens.
P10 – Como usar o potencial dos recursos humanos e naturais da região para plantar igrejas autossustentáveis?
Moacy – Cada região do Brasil tem suas peculiaridades, os obreiros locais se comunicam, exemplificam, entrosam-se, com muita facilidade, pois não há a necessidade de adaptação. Por já estarem acostumados com a forma de viver das comunidades não enfrentam o choque cultural. Outra coisa que precisa ser entendido é que a Amazônia é riquíssima em recursos naturais e se faz necessário adaptar a transmissão das Boas Novas de Cristo para poder aproveitar estes recursos. Um Evangelho importado dificulta o processo de discipulado por não haver condições de multiplicar uma forma que não se tem os recursos dos quais foi aprendido.
Gilson – Temos várias iniciativas. Entre elas estão o treinamento bíblico de nativos na própria língua materna e a produção de materiais na língua materna com a ajuda do próprio povo. Construir igrejas usando os recursos naturais existentes na região e participar de eventos culturais nas aldeias também são formas de valorizar o potencial da comunidade e se aproximar do povo.
William – A forma mais viável para a plantação de igrejas na Amazônia é treinando lideres locais para dirigir e pastorear essas igrejas. O ribeirinho já está acostumado a viver da terra pescando, caçando e plantando. Não precisa de uma renda ou contribuição mensal. Se plantarmos “igreja indígenas”, ou seja, igrejas que refletem a cultura em que ela é plantada, vamos estar usando ao máximo os recursos naturais e humanos de cada região.
P10 – De que maneiras as igrejas do Sul e Sudeste poderiam contribuir com a igreja nortista para a evangelização da região?
Moacy – Acredito que a primeira e mais importante é a oração, muitas vezes as forças parecem sumir e acreditamos que as orações são a energia que nos realimenta. Apoiar obreiros locais ajudaria bastante o trabalho, muitos de nossos obreiros se desdobram para poder manter seu lar e tocar o trabalho missionário. Peço a Deus para levantar igrejas que abracem pelo menos um obreiro autóctone, isto faria uma imensa diferença na vida de várias comunidades.
Gilson – Parcerias com profissionais voluntários nas áreas de saúde, construção civil, educação e agronomia. Outra forma seria na adoção de sustento parcial de obreiros autóctones.
William – Elas podem subsidiar viagens missionárias para diminuir os custos. Contribuir para o sustento de pastores itinerantes, que dedicam suas vidas para o apoio e instrução das igrejas ribeirinhas e indígenas. Contribuir para associações missionárias sérias, que tem uma infraestrutura considerável para manter. Enviar equipes para o desenvolvimento de projetos evangelísticos, médico e social na Amazônia.
P10 – Quais são as principais características que uma pessoa que se sente chamada para evangelizar na Amazônia deve apresentar?
Moacy – Amar a Deus, amar as pessoas e disposição para renunciar em prol do reino.
Gilson – Convicção do chamado. Fácil adaptação. Abertura ao aprendizado. Ter formação teológica, missiológica e linguística.
William – Precisa ser um(a) aprendiz, conhecer como o povo vive, seu dialeto, sua cultura; não podemos chegar à um local pensando que sabemos de tudo. Não pode ser uma pessoa de julgamento; sempre observando e reconhecendo as diferenças culturais, sem julgá-las como erradas ou tentar conformar a sociedade à forma que é na sua terra de origem. Uma pessoa criativa, que procura meios de como ser usado por Deus, como suprir necessidades. Precisa ser uma pessoa que está crescendo espiritualmente humildade é chave nisso. Reconhecer que ainda não conhecemos tudo e que dependemos de Deus para nos guiar. Uma pessoa compromissada, que está disposta a sacrificar o conforto de seu lar, entendendo que isso tudo faz parte de algo muito maior que nós. Uma pessoa flexível, que espera mudanças nos planos e busque honrar somente a Deus em todas as coisas. Uma pessoa que vê além de suas preferências e preocupações pessoais, que ame pessoas – alguém disse uma vez, “o contrário de amor não é ódio, é indiferença”. Alguém que compartilhe sua vida com os outros, faça amigos, lembre nomes, lembre de histórias. Enfim, uma pessoa que saiba amar.
P10 – O que os missionários e cristãos do Sudeste que vão para a Amazônia aprendem sobre a fé e evangelização?
Moacy – Sobre fé, acredito que a dependência em Deus é multiplicada nesta região. Muitos enfrentam rios, chuva, sol e fome por horas para poder chegar a uma comunidade na qual esteja atuando. Em relação a evangelização, acho que o que mais chama a atenção é a percepção da necessidade de uma evangelização integral, é praticamente impossível visitar um ribeirinho e não se sentir sensibilizado em querer lhe apoiar a crescer em todos os aspectos de sua vida.
Gilson – Aprendem que mesmo dentro do seu forte contexto religioso, social e cultural, as pessoas aqui têm uma fé vibrante e visível ante as dificuldades da vida diária. São receptivas, hospitaleiras e gostam de dividir o que possuem. Se um nortista oferecer algo, não pergunte quanto custa, receba e depois de algum tempo, presenteio-o também. Quanto à evangelização, melhor método é a amizade.
William – Se você permitir Deus falar com você, Ele vai te mostrar exatamente o que Ele quer de você. Você vai saber sua missão aqui na terra.
• Moacy Paulino da Silva, pastor na Primeira Igreja Batista de Parintins, coordenador Centro de Treinamento de Líderes Profª Eglantina Lessa (CTL). Atua no baixo Amazonas nos municípios de Parintins, Nhamundá, Barreirinha, e comunidades ribeirinhas e indígenas.
• Gilson Ricardo da Silva, secretário executivo da Missão Evangélica aos Índios do Brasil (MEIB). Atua nos estados do Pará e Maranhão há mais de 40 anos, entre as etnias Kayapó, Xikrin, Tembé e Anambé (Pará). Guajajara e Kanela (Maranhão) e agora com os Kayapó do norte do Mato Grosso.
• William Boyd Walker Junior, diretor executivo da Missão AMOR, uma organização cristã, sem fins lucrativos, envolvida com projetos de evangelização na região amazônica.

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