segunda-feira, 28 de março de 2011

Missão Boa Esperança promove XVI Conferência Missionária no Rio de Janeiro



Dias 8, 9 e 10 de abril de 2011

Preletores: Pr. Anísio Nascimento – SENAMI – Rio deJjaneiro
Ev. Adan G. ALvear – A Voz dos Mártires - Curitiba
Ev. Elia Gomes – A. D. Ibatiba – Espírito Santo

Local: Assembléia de Deus em Bento Ribeiro - http://www.mibe.com.br
Rua Conde de Resende, 310 – Bento Ribeiro – RJ
Tel: (21) 3390.3110 ramal 3 
 E-mail: secretaria@missaoboaesperanca.com.br
www.missaoboaesperanca.com.br

quinta-feira, 24 de março de 2011

Uma Biblioteca Virtual a serviço da Igreja



Amigo leitor, você já conhece a Biblioteca Virtual Letras Santas? Ela reúne centenas de materiais (ebooks, apostilas, apresentações) de interesse evangélico ou de utilidade pública, sendo farta a literatura missionária. A cada semana novos itens são acrescentados ao acervo.

Vale citar o diferencial desta Biblioteca: TODOS os itens são liberados para download gratuito por seus próprios autores (escritores, Ministérios, Ongs, Órgãos Governamentais, etc). Já há alguns anos pesquisamos a internet (evangélica e secular) em busca de material de interesse e de download legal, e reunimos tudo aqui.

Veja alguns dos acréscimos, apenas da última semana:

Como Orar por Missões (ebook do Pr. José Bernardo, presidente da Missão Amme Evangelizar)

O Último Herói do Titanic, de John Harper (livro impresso agora gentilmente disponibilizado como ebook pela Chamada da Meia-Noite
El Metodo Del Camello (Livro de Kevin Greeson, 125 páginas, sobre um método para evangelizar muçulmanos. Gentilmente disponibilizado por Movilización Hispana, em espanhol) 

The Great Omission: A Biblical Basis for World Evangelism (de Robertson McQuilkin, livro disponibilizado por Operation World, em inglês) 

Recomendações de Segurança para Condomínios e Residências (cartilha elaborada e disponibilizada pela Polícia Civil de SP) 


Visite, leia e compartilhe! E caso queira inserir o banner deste serviço em seu blog ou site, copie a imagem abaixo e insira em seu blog, junto com o link acima (Para fazer isso é simples, vá até Design, depois clique em adicionar gadget, e então, clique na opção em que esteja escrito "imagem". Você verá as caixas de texto títulolegendae, debaixo, link direcionado. Aí é só inserir o link citado. Isso é útil para aqueles que não sabem criar banners com código html).



Colabore também com a ampliação de nosso acervo: se você conhece ou é autor de material relevante e disponibilizado gratuitamente (que ainda não conste de nossa Biblioteca), envie o link ou a dica para mim: sammisreachers@ig.com.br

sábado, 19 de março de 2011

Onde estão os Missionários?



A NOVA CRISE VOCACIONAL DA IGREJA BRASILEIRA


Até os anos 90, a igreja evangélica brasileira “ensaiou” um avivamento missionário. O tema das missões tornou-se um assunto em pauta no Brasil, e por aproximadamente duas décadas muitos missionários foram despertados de todas as regiões do país para todos os limites do mundo. Líderes brasileiros de missões passaram a configurar globalmente entre os mais influentes pensadores da área; agências missionárias verdadeiramente brasileiras começaram a emergir; as denominações históricas e até mesmo as mais novas começaram a despertar suas igrejas locais, e o resultado foi estrondoso: o Brasil tornou-se indubitavelmente um dos três maiores celeiros missionários do mundo.

Hoje, porém, é evidente que há uma “baixa” no despertamento missionário. Tenho percorrido organizações missionárias e percebo que elas já não recrutam obreiros com a mesma facilidade que tinham alguns anos atrás. As conferências missionárias ainda acontecem, mas são mais escassas e já não contam com super produções. Isso pode ser positivo por um lado, visto que o modismo missionário está acabando. Mas estamos colhendo um fruto amargo: a igreja brasileira vive uma crise vocacional.

Quando falo em crise vocacional, eu sequer estou focando na qualidade dos vocacionados. Me preocupo, a priori, é com a quantidade mesmo. Os seminários teológicos multiplicaram seus cursos noturnos, justamente para adequar a demanda de alunos que não abdicariam de suas outras atividades para se preparar ministerialmente. Este é o perfil do novo mercado das escolas de teologia. Os institutos bíblicos já não são uma realidade forte nos centros urbanos, e as organizações de treinamento missionário também têm tido dificuldades para levantar candidatos. Somente em 2010, até agora, três compromissos foram cancelados em minha agenda por escolas missionárias que suspenderam seus programas, alegando a falta de alunos.

O que teria provocado essa crise vocacional? Por que nossos jovens não são mais “chamados” como antigamente? Foi Deus quem parou de chamar ou foi a igreja que parou de atender? Não tenho todas as respostas, mas seguem alguns pensamentos.

1. A “Missiologização” da Tarefa Cristã Cotidiana

Eu creio que todo cristão é chamado. A Bíblia diz com clareza que Cristo nos reconciliou para que nós sejamos portadores da mensagem da reconciliação (2 Coríntios 5:18-20). Todo estudante deve ser missionário no contexto acadêmico, todo profissional é pregador no trabalho, e assim por diante. Mas o chamado ministerial específico é uma realidade bíblica incontestável.

Acontece, porém, que o discurso da igreja brasileira tem tomado um formato exclusivamente local no que tange à sua missão. O primeiro fator que tenho identificado como o causador da nova crise vocacional brasileira é que a igreja tem t em atribuído à proclamação cristã cotidiana um peso missiológico que substitui o envio missionário. “Somos chamados para fazer missões aqui, no nosso contexto, e essa é a única e verdadeira missão”.

A proposta deveria ser mais equilibrada, deveríamos fazer essa sem omitir aquelas (Mt. 23:23). Missões locais são incompletas sem a perspectiva transcultural, e vice-versa. Ministros bivocacionais são importantes, mas não eliminam a necessidade dos ministros em tempo integral no Reino. Na maioria dos encontros missionários que tenho participado, tenho visto temas como: “Eu, missionário onde estou”. Precisamos desse enfoque, sem dúvida. Mas precisamos ainda de missionários que saiam de onde estão e se dediquem integralmente a cumprir este chamado em lugares onde ninguém está. A perspectiva vocacional missionária transcultural não pode morrer.

Quanto à tarefa local, essa é para todo cristão. Não é preciso ir a um seminário, nem ter ouvido nada específico num “culto da fogueira”. Se somos cristãos, somos responsáveis pela proclamação do evangelho de Cristo. A vocação missionária específica continuará acontecendo, para alguns, que irão enviados pela igreja vocacionada.

2. Escassez de modelos positivos, contagiantes e desafiadores

Fui missionário na China, e meu chamado se deu em etapas. Primeiro, um grande ardor missionário começou a brotar em meu coração quando eu estudava no seminário teológico. Eu tinha ido ao seminário para ser pastor – na verdade, era o único formato de ministério integral que eu conhecia. Através de uma viagem missionária de curto prazo, vi que eu tinha uma vocação missionária transcultural.

A partir disso, Deus continuou a falar comigo das mais diversas formas. As histórias da igreja sofredora começaram a inundar meu coração, e fui percebendo que Deus estava me direcionando para apoiar esses irmãos que sofrem perseguição e pobreza, muitas vezes por causa de sua fé. Mas o interessante nisso tudo é que Deus usou homens: alguns missionários-modelo foram o “isqueiro” que Deus usou para acender a chama em meu coração.

No caso específico da China, meu vínculo foi com Hudson Taylor, um dos mais influentes obreiros da história das missões modernas, e Jorge Vendramini, um amigo pessoal, brasileiro, que vive na China há 20 anos. Portanto, um passado, outro presente; um morto, outro vivo. Suas histórias, sua paixão, seu envolvimento com a igreja chinesa, tudo isso foi somando no meu coração o desejo de viver e morrer por essa causa.

Pela graça de Deus, vi jovens se despertarem para missões através de exemplos humanos. Por graça maior, vi o meu próprio exemplo servir de inspiração para alguns. O problema é que essa inspiração também tem sido escassa.

Por um lado, a inspiração não ocorre por culpa da própria igreja. O modismo missionário foi acabando, de forma que os obreiros transculturais já não são vistos como versões cristãs do Indiana Jones. Já é comum demais dizer que um missionário foi preso por conta do evangelho, que alguém traduziu a bíblia para outra língua, ou que alguma irmã abdicou da vida urbana para viver entre os índios. As histórias caíram na monotonia, e a igreja, que valorizava mais o heroísmo que a essência ministerial da missão, tem visto que nada mais comove seus membros.

Por outro lado, e sendo propositadamente genérico, há casos em que os missionários têm uma parcela de culpa, e aqui me refiro aos relatórios e à comunicação. Tenho visto depoimentos missionários que não inspirariam ninguém a querer ser missionário. Alguns falam tanto em tragédia, em privações, em limitações e em sofrimento que acabam por fazer o marketing negativo acerca da vocação. Já vi jovens dizerem que têm uma vida incompleta na igreja, pois sabem que deveriam estar no campo missionário mas não foram por medo de passar fome. Pois é isso que ouviram.

É árduo o trabalho missionário. É preciso tomar a cruz para seguir esse caminho. No entanto, narrar tragédia após tragédia não glorifica a Deus, nem descreve em absoluto o que acontece no campo missionário. Para falar da China por exemplo, eu tenho a opção dizer que a igreja chinesa sofre perseguição, e mencionar exaustivamente a história de pastores chineses que vi sendo presos e separados da família. Muitos poderiam se comover, mas poucos iriam querer se envolver com isso. Por outro lado, eu posso focar em outra verdade, tão verdadeira quanto a primeira e que enleva muito mais a glória de Cristo: a igreja chinesa é a mais crescente igreja do mundo, e os cristãos chineses são missionários extremamente comprometidos que têm servido a Deus como verdadeiros guerreiros! Vejo que isso encoraja mais que o foco no sofrimento.

3. Decepção com os rumos e prioridades da igreja

A igreja brasileira vive um combinado de crises. Há uma crise de identidade, pois antigos conceitos outrora simples, como “evangélico” e “protestante” têm ficado cada vez mais difíceis de discernir e mensurar. Não se sabe quem é quem. Há uma crise de integridade, uma vez que a maioria dos problemas da igreja brasileira têm sua raiz no dinheiro e em outros elementos que afetam diretamente a moralidade. E há uma crise de interesses, intenções e prioridades.

Hoje, não é fácil afirmar quais são as igrejas e denominações efetivamente envolvidas com a obra missionária, mesmo porque “qualquer coisa” poderia ser igreja e “qualquer coisa” poderia ser obra missionária. O problema é que, em geral, nem os membros das igrejas sabem até que ponto suas igrejas sonham e investem em missões.

Uma conversa recente revelou isso. Uma jovem me disse que queria ser missionária. Eu perguntei se ela tinha apresentado sua intenção ao seu pastor. Ela me falou que não, pois seu pastor não tinha visão missionária e não investiria em seu chamado. Por conta disso ela optara por se calar.

Eu me surpreendi. A igreja dela contribui fielmente com nosso projeto no Haiti, e o pastor dela sempre se mostrou alguém com o coração missionário. Eu a encorajei a conversar com ele, e ela afirmou que não sabia desse envolvimento missionário. Ela julgara pelo discurso que ouve. No fim, ela arrematou dizendo que não percebe as igrejas de hoje em dia preocupadas com isso, e achou que sua própria igreja estava dentro do padrão.

Há uma falha de comunicação da parte da jovem, disso não tenho dúvida. Mas a noção que ela tem da igreja brasileira, equivocada em seu caso específico, não deixa de fazer sentido. A missão da igreja tem sido outra, em linhas gerais. Esses rumos do evangelicalismo nacional acabam não fornecendo as garantias vocacionais que a juventude precisaria para abraçar o chamado. É complicado vislumbrar que alguém se envolva num projeto dessa dimensão sem o respaldo espiritual, emocional e econômico da igreja. E no caso de muitas igrejas, a moça teria razão.

4. Ausência de uma teologia prática de missão nos púlpitos

Todas essas razões anteriormente apresentadas estão vinculadas à teologia missionária que tem sido apresentada nas igrejas. Missões tornou-se, em muitos casos, um tema filosófico, pouco prático. Curioso que hoje em dia é possível participar de um fórum de Missão Integral e sair de lá sem qualquer pressuposto prático ou aplicável para fazer missão integral em alguma comunidade do mundo real. Outra vez, minha afirmação aqui consiste numa generalização.

Mas noto que o discurso missionário não tem sido eficaz no despertamento missionário. Um dos motivos para tanto é que a pregação missionária não oferece caminhos práticos para a preparação e o envio. As conferências missionárias são eficazes para despertar contribuição missionária, mas já não oferecem alternativas vocacionais.

Seria igualmente frágil uma perspectiva vocacional que partisse de um discurso somente prático, sem fundamentação teológica ou missiológica plausível e biblicamente atestável. Com esse tipo de proposta, talvez seja possível mobilizar voluntários, mas não despertar missionários. No entanto, o despertamento também exige que se apresente a realidade do desafio, os passos e custos práticos, o treinamento apropriado, entre outros. Precisamos apresentar a demanda missionária como uma alternativa real de serviço.

Conclusões e Aplicações

Seria cinismo avaliar a condição vocacional da igreja de forma crítica, como feito acima, sem oferecer pensamentos práticos que possam acender luzes positivas. Na verdade, como já foi dito, não possuo todas as respostas. Mas há valores que poderiam ser transformados no pensamento missiológico da igreja.

Creio que a intenção de Deus seja ainda de utilizar-se de pessoas como nós, em nossa fragilidade e limitação, chamando-nos para anunciar as novas do Reino. Alguns passos práticos poderiam ser efetuados, principalmente em se tratando de algumas alterações em nosso discurso missiológico.

Primeiro, creio que precisamos falar de missões de forma mais próxima à realidade da igreja local. Os irmãos que freqüentam a igreja têm que ouvir falar em missões de maneira acessível, tangível às suas realidades. As estatísticas e as tendências do mundo missionário podem ser instrumentais na comunicação para o despertamento missionário. Mas, por si só, tais recursos não são suficientes. É preciso que o indivíduo saia da igreja sabendo como pode preparar-se, envolver-se, contribuir e orar diretamente. A igreja precisa identificar oportunidades plausíveis: assim como se anuncia uma necessidade imediata da igreja local, como vagas para professores de ministério infantil ou operadores de som, as oportunidades missionárias devem ser listadas com clareza. E a igreja sempre terá oportunidades vocacionais viáveis, se a obra missionária for sua prioridade.

Um outro aspecto importante a ser pensado é a necessidade de equilibrarmos as oportunidades de cumprimento da grande comissão. A igreja precisa ter oportunidades de servir em Jerusalém, Judéia, Samaria e confins da Terra (At. 1:8). Uma estratégia ainda válida é o uso de viagens missionárias de curto prazo. Essa prática tem sido criticada por uma linha missiológica que questiona a efetividade de um ministério curto no campo. Em termos de efetividade, talvez tenham razão os críticos. Em termos vocacionais, porém, eu fui chamado para o ministério missionário a longo prazo após uma viagem missionária. Já vi este movimento na vida de muitas pessoas.

Em minha experiência como pastor local, é possível viabilizar na igreja grandes projetos de impacto em locais mais próximos, envolvendo várias pessoas, como “Dia da Cidadania” e outros projetos. Nessas empreitadas, universitários da igreja, bem como profissionais liberais, se envolvem em missões e muitas vezes enredam num caminho ministerial sem volta!

Num contexto de média distância, temos enviado equipes de tamanho médio ou pequeno. Vários jovens e profissionais da igreja já tiveram experiências no sertão do nordeste, por exemplo, através do Projeto Água Viva, um dos ministérios missionários vinculados á nossa comunidade.

Por último, várias pessoas da igreja também se envolvem em missões transculturais. Através da Missão em Apoio à Igreja Sofredora, muitos irmãos já viajaram ao Haiti, e em alguns casos temos visto vocações missionárias começarem a emergir. O contexto do Haiti mudou em função de uma viagem que um jovem fez por uma semana? Provavelmente, não muito. Mas uma vocação missionária longa e frutífera pode estar surgindo.

Meu encorajamento aos pastores e líderes da igreja nacional é que configuremos um discurso missionário que efetivamente levante obreiros para a grande Seara. Nós temos uma responsabilidade crucial nesse processo, e podemos sanar essa crise vocacional. Que Deus nos ajude nesse caminho!

Por Mário Freitas

terça-feira, 15 de março de 2011

CENTRO DE APOIO AOS MARINHEIROS E ASSOCIAÇÃO MARÍTIMA CRISTÃ DO BRASIL PROMOVEM CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA VISITADORES DE NAVIOS EM VITÓRIA-ES



Nos dias 18 e 19 de abril acontecerá o Curso para Visitadores de Navios (Ship Welfare Visitors Training Course) durante a Semana de Capacitação do Centro de Apoio aos Marinheiros, CAM, que vai de 18 a 20 de abril, na Primeira Igreja Batista de Vitória. O curso será ministrado pelo Rev. Adelar Shunk, da German Seamen’s Mission de Santos – SP e também contará com a  presença dos missionários Ernerst e Ana Jaen-Guardia, representantes da missão CCI-Brasil, que falarão aos participantes sobre suas estratégias na evangelização de povos muçulmanos. Todos que trabalham nos centros de atendimento aos marítimos ou que se interessam em desenvolver este ministério em seu porto local estão convidados a participarem do evento.
O investimento é de R$ 40,00 e cobrirá despesas com material didático e lanche. Almoço, hospedagem e transporte são de responsabilidade do participante. Caso haja dificuldade para reserva em hotel, entre em contato com Lorena Marchesi pelo e-mail  lorena@multiconecta.com.br
Deposite o valor na conta da Junta de Ação Social Batista – “marinheiros”. Banco Banestes, Ag. 084, Conta Corrente 9913831. Envie a ficha de inscrição devidamente preenchida para a Junta de Ação Social Batista            (27) 3223-6554      . O inscrito deverá levar no dia um documento de identificação oficial (Passaporte ou carteira de motorista).
Todos que participarem do curso receberão um certificado e uma carteira do Nautical Institute da Inglaterra.
Para maiores informações CLIQUE AQUI

quarta-feira, 9 de março de 2011

FAZEDORES DE TENDAS – ISSO PODE DAR CERTO?



EMMANUEL E D. BASTOS 


"O fazedor de tendas está sujeito a alguns perigos"



Antes de entrar no assunto principal, é preciso recordar exatamente o que é “fazedor de tendas” (ou missionário bi-ocupacional ou profissional em missões).1 



Max Warren afirmou:



Eu creio que existe um chamado para um tipo de atividade missionária
inteiramente nova a ser desenvolvida paralelamente aos moldes tradicionais…
Homens e mulheres… indo… como empregados assalariados comuns…
para trabalhar… com uma perspectiva cristã.
A recompensa financeira ou a promoção estarão completamente subordinados à sua vocação cristã.



É importante ter um conceito muito bem firmado sobre o que é um fazedor de tendas ou missionário bi-ocupacional. Vamos recordar três deles:



1. O fazedor de tendas é um cristão que trabalha num contexto transcultural, reconhecido pelos membros da cultura local como “algo mais” do que apenas um “religioso profissional”; não obstante, em termos do seu compromisso, chamado, motivação e treinamento, ele é de fato um missionário. (Don Hamilton)
2. Fazedores de tendas são testemunhas cristãs de qualquer nação que, com suas habilidades e experiências, obtêm acesso e se mantêm em outra cultura com o objetivo primário de fazer discípulos para Jesus Cristo e, onde possível, estabelecer e fortalecer igrejas. (TI – Tentmakers International)
3. Fazedores de tendas são discípulos de Jesus Cristo que, chamados por Deus e comissionados pela sua Igreja, usam seus dons, talentos e habilidades profissionais para servir ao Senhor em um contexto transcultural. (Interserve)
Como se vê, a maioria dos autores entende o fazedor de tendas no contexto transcultural. Isso é óbvio, no sentido de que, na nossa própria cultura, no final das contas, todos somos fazedores de tendas! Todos devemos ser testemunhas de Cristo em nossas vidas e trabalhos. Por isso, na missiologia, o termo “fazedor de tendas” é mais compreendido e difundido no contexto transcultural.



Motivação
Antes de ir para o campo, é preciso que o futuro fazedor de tendas avalie sua verdadeira motivação, que o está atraindo nesta direção. Algumas motivações, por exemplo, podem ser:



> Insatisfação com minha situação atual (fuga?)
> Gostaria de conhecer outras culturas (aventura)
> Vejo as necessidades e acho que posso ajudar (boa vontade)
> Estou disposto a ir e tenho condições e apoio (disponibilidade de recursos)
> Vou fazer o que eu gosto! (busca de realização pessoal)
> É legal! Tenho uns amigos que foram… (modismo)
> Creio que Deus me chamou (certeza da vocação)



Mesmo que haja um mix de motivações (quase todo missionário também é aventureiro…), a última opção acima deve ser a verdadeira e última motivação. Por isso, precisamos fazer a oração do salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24).



Possibilidades
Erramos quando entendemos o testemunho cristão apenas como o anúncio das boas novas. Devemos trabalhar pelo reino de Deus no sentido integral. Ele nos deixou o mandato cultural (cuidado da sua criação) e o mandato evangelístico (proclamação do evangelho). Somos suas testemunhas e estamos trabalhando pela expansão do seu reino tanto quando evangelizamos alguém, como quando ministramos junto a um povo sofrido, quando cuidamos de maneira inteligente da natureza, quando produzimos melhorias nas condições de vida de uma comunidade, quando damos nossa parcela de contribuição na redução das taxas de miséria no mundo. É preciso obedecer paralelamente aos dois mandatos: um não exclui o outro. Daí o termo “missionário bi-ocupacional” ou “bi-vocacional”, que também é usado para fazedor de tendas.



Ficaremos frustrados se tentarmos medir nosso testemunho apenas pelo número de convertidos. Podemos nos realizar dentro do reino de Deus de diversas maneiras, como missionários bi-ocupacionais:



1. Testemunho de vida: trabalho honesto e eficaz, modelo de família cristã, amizade verdadeira, solidariedade. “Pregue o evangelho o tempo todo. Se precisar, use palavras”, disse São Francisco de Assis.
2. Alcance evangelístico específico: o missionário bi-ocupacional pode alcançar pessoas que o missionário tradicional às vezes não alcança, pois não carrega o clichê de “pastor” ou “missionário”. Ele pode penetrar camadas sociais de pouco acesso para o missionário tradicional, como pessoas do governo, pessoal de universidades, operários etc.
3. Ponte de contato: o fazedor de tendas pode se tornar numa verdadeira ponte de contato entre outros missionários e pessoas ou comunidades a serem alcançadas.
4. Apoio logístico: o profissional em missões pode apoiar trabalhos missionários de diversas maneiras, disponibilizando recursos próprios ou de sua organização para igrejas e missões, praticando a hospitalidade, recebendo e repassando encomendas e correspondência, fazendo compras para outros missionários etc.
5. Abertura de novas oportunidades: fazendo um trabalho de qualidade em sua profissão ou ofício, o missionário bi-ocupacional pode abrir oportunidades de trabalho para outros fazedores de tendas. O seu “chefe” logo vai lhe perguntar: “Você não tem algum colega em seu país que trabalha da mesma forma que você para nos indicar?”
6. Menor custo: no caso do profissional parcial ou totalmente auto-sustentado, o custo para a igreja mantenedora é substancialmente menor (se bem que sempre deve haver algum envolvimento financeiro da igreja e, ou missão, por menor que seja, para que se sintam participantes e co-responsáveis pelo trabalho). Mas é importante esclarecer que isso acontece na minoria dos casos,2 porque os países que precisam desta estratégia (locais de acesso restrito) são justamente, na sua maioria, alguns dos países mais pobres do mundo – onde os salários são baixos ou inexistentes. Muitos destes missionários entram como voluntários e dependem do sustento financeiro de suas igrejas e amigos no país de envio.
7. Realização profissional: o sentimento de ser útil e se sentir realizado geralmente é bem mais forte no fazedor de tendas. Ele pode ter se deslocado de sua terra de origem para suprir uma necessidade específica em um outro local. Às vezes, é o único profissional da área num raio de vários quilômetros, o que gera uma grande satisfação no serviço.



Dificuldades



1. Testemunho restrito: em países “fechados” ou de acesso restrito, há fortes e declaradas restrições ao testemunho cristão, seja por parte da empresa ou do governo.
2. Tempo reduzido: não é fácil “dar conta do recado” — ter tempo suficiente para trabalhar (em alguns casos, quando se contrata um profissional estrangeiro, é requerido dele muito mais do que 8 horas por dia: requer-se dedicação total mesmo!), desenvolver atividades propriamente “ministeriais” e de apoio à igreja local, aprender a língua etc. E, se o fazedor de tendas não aprender devidamente a língua e os costumes locais, o testemunho pela palavra se torna muito difícil.
3. Curto prazo: nos casos em que há salário, geralmente os contratos são de um a dois anos, quando não de alguns meses. Às vezes, existe a possibilidade de renovação de contrato. De qualquer forma, este prazo é bastante curto para se acostumar e adaptar bem à nova cultura, aprender a língua, praticar discipulado, ajudar no desenvolvimento da igreja local.
4. Falta de apoio: pelo caráter peculiar do fazedor de tendas, muitas vezes ele nem é reconhecido como missionário. Assim, falta-lhe apoio em muitos sentidos: cuidado pastoral, intercessão, comunicação com a igreja local e com outros fazedores de tendas para troca de experiências etc. Se ele fizer parte de uma agência missionária, e não for um fazedor de tendas independente, este apoio poderá ser suprido, o que será bem melhor para ele.
5. Isolamento cultural: grandes empresas criam condomínios fechados para seus empregados, com quase todos os recursos do seu país de origem, inclusive escola para os filhos na língua materna. Alguns acabam testemunhando apenas ali, no condomínio (o que já é um bom trabalho), mas não alcançam pessoas de outras culturas. Outro risco é a pessoa envolver-se apenas com outros colegas de trabalho estrangeiros, o que também não gera testemunho na própria comunidade.
6. Desnível social: em alguns casos, o fazedor de tendas recebe um salário bem mais alto que os nacionais, mora em casa bem melhor, às vezes em condomínio, têm mais recursos. Isso pode não ser um mal e ser até necessário para fazer o trabalho – mas também produz um afastamento social das outras pessoas.
7. Falta de preparo: não deveria ser assim, mas, muitas vezes, o fazedor de tendas tem um preparo bíblico, espiritual e missiológico aquém do necessário para enfrentar situações totalmente adversas e diferentes das que está acostumado.
8. Inviabilidade: o ministério bi-ocupacional é inviável em casos de ministérios específicos, que requerem tempo, período de permanência no campo e dedicação integrais do missionário. Exemplo: tradução da Bíblia para uma língua não escrita.



Perigos
Depois de ir para o campo, o fazedor de tendas está sujeito a alguns perigos, como:



1. Manter um nível de vida muito acima do nível dos moradores locais;
2. Buscar realização profissional como prioridade;
3. Querer voltar após “três ou quatro meses” (choque cultural);
4. Enfraquecer o seu compromisso inicial, o que pode ocorrer por diversas razões: preparo deficiente, falta de ligação com uma agência missionária e, ou, igreja de origem, falta de apoio ou mesmo preconceito da liderança evangélica local, falta de companheirismo, sobrecarga imposta pelo próprio trabalho, estresse, um novo relacionamento (no caso de solteiros) ou falta de adaptação do cônjuge (principalmente se a pessoa foi com um projeto só para ela mesma, sem incluir o cônjuge) etc.
5. Ser tentado de forma nunca antes experimentada. (Satanás não desiste de derrubar-nos e, longe do nosso convívio espiritual natural, as tentações virão, com certeza, mais fortes.)



Conclusão
Para minorar todos estes perigos a que realmente está sujeito, quem deseja se tornar um fazedor de tendas deve:



1. Ter certeza da vocação;
2. Estar sempre envolvido no trabalho de sua igreja local;
3. Sujeitar-se a um bom preparo e treinamento;
4. Buscar cobertura da sua igreja (em direção, oração, amizade e finanças);
5. Pesquisar boas agências missionárias, com ênfase em missão integral;
6. Manter-se informado sobre necessidades e possibilidades no campo;
7. Corresponder-se com um fazedor de tendas que já está no campo;
8. Integrar uma equipe no campo.
Um fazedor de tendas assim preparado, com a cobertura da igreja e da agência missionária, será tremendamente usado por Deus! Esta é a nossa oração!



Anexo I
Recursos para Fazedores de Tendas
1. Curso preparatório:
Programa de Fazedores de Tendas no CEM – Centro Evangélico de Missões

2. Guia autodidata:
Profissionais em Missões (disponível gratuitamente na internet)

3. Livros:
Fazedores de Tendas, Fazedores de Discípulos (de Philip Greenwood, Ed. Descoberta)
Fazedores de Tendas Hoje, de J. Christy Wilson e Robson Ramos (Editora Sepal, 1992)

4. Associação:
AFTB – Associação de Fazedores de Tendas do Brasil

5. Agência para profissionais:
Interserve Internacional: www.interserve.org




Fonte: O Cuidado Integral de Missionários 

quinta-feira, 3 de março de 2011

Curso de Tradução Bíblica para línguas minoritárias



Curso de Tradução Bíblica para línguas minoritárias:
[curso de linguística, antropologia e
educação em contextos interculturais]

***As inscrições do primeiro módulo vão até sexta-feira (04/03).
e ajudem a divulgar!

Mais informações:
Profª Ms. Mônica Mesquita, Coordenadora do
            (11) 3207-2139      


Módulos: 
Introdução à Linguística
14 a 26 de março
Prof. Dr. Dave Eberhard (SIL)

Fundamentos da Educação Escolar Intercultural
09 a 20 de maio
Profª Raquel Alcântara (ALEM)

Antropologia Cultural
19 a 24 de setembro
Prof. Dr. Ronaldo Lidório (APMT)
Inscrições (em breve)

Aquisição de Línguas
31 de outubro a 11 de novembro
Prof. Ms. Isaac Costa (ALEM)
Inscrições (em breve).

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