domingo, 31 de janeiro de 2010

Cambridge Seven

Sete amigos universitários transformam a Inglaterra, a China e o mundo em seis semanas.


por André Filipe, Aefe!

“Nunca antes na história das missões um grupo tão singular seguiu para o trabalho no campo estrangeiro”, foi a notícia que correu a Inglaterra em fevereiro de 1885: os sete estudantes de Cambridge estavam seguindo adiante para a missão na China, deixando atrás de si uma multidão de universitários em chamas.

O reavivamento:

Neste fim do século 19, a Inglaterra estava cheia de gente que se chama cristã, mas a poucos deles poderíamos chamar assim. Stanley Smith era um desses jovens que só se chamavam cristãos, assim como os outros seis, mas que foram tremendamente impactados pelo passeio do Espírito por aquelas paragens.
Em 1879, quando Stanley entrou em Cambridge, já tinha entregado sua vida verdadeiramente a Cristo em umas das pregações de Dwight Moody, um dos maiores evangelistas leigos americanos da passagem do século, que estava fazendo algumas cruzadas evangelísticas pela Inglaterra. Stanley e seu amigo inseparável desde seu antigo colégio, Montangue Beauchamp (Monty), eram excelentes esportistas do time de remo da Universidade. O esporte, por isso, tomou lugar nas preferências dos jovens. Cristo só veio a fazer diferença novamente quando Stanley passou a participar do Daily Prayer Meeting, na faculdade, uma espécie de ABU inglesa, e o remo deixou novamente de ser preferência na vida do estudante.
Embora Monty se dissesse cristão, Stanley gostaria que o amigo passasse por aquela transformação que tinha passado ao participar dos grupos de oração. Stanley comprometeu-se a orar 15 minutos por dia pela vida do amigo, que se entregou a Cristo verdadeiramente em outubro de 1881. Curiosamente, a família de Monty era amiga e patrocinadora do grande missionário para a China, Hudson Taylor.
O irmão de Dixon Hoste também era jogador de Remo na mesma Universidade e muito amigo de Stanley. Ambos oravam pela vida dele, pois ainda não havia se convertido. O jovem Hoste tinha uma patente de oficial de artilharia do exército real britânico. No inverno de 1882, Stanley levou Dixon Hoste a uma das cruzadas de Moody. Ele foi insistente, pois o jovem Hoste não queria ir. Na última noite, ele rendeu-se e foi à pregação do americano. Lá, ele entregou sua vida a Cristo e decidiu largar o posto militar para ser um missionário.
William Cassels estudava para ser pastor e era jogador do mesmo time de Stanley. Quando ele passou a freqüentar os grupos de oração, Cassels e ele aproximaram-se mais e oravam juntos no Campus.
Os irmãos Arthur e Cecil Phollil-Thurner eram jogadores fora de série de cricket, um jogo que não é muito conhecido por aqui, mas que na época, na Inglaterra, era muito popular. O irmão de Charles Studd, amigo de Stanley e freqüentador do grupo de oração, convidou Arthur para assistir a uma pregação de Moody. Arthur converteu-se a Cristo naquele dia, e empenhou-se em levar o irmão Cecil a Cristo. Fez o irmão prometer que leria pelo menos dois versículos da Bíblia por dia. Cecil cumpriu e não resistiu à força da oração do irmão e da Palavra de Deus.
Charles Thomas Studd (C.T), foi o mais notável missionário do grupo e certamente sua historia merece um texto a parte. Mas não somente como missionário, já em Cambridge, antes mesmo de se converter, C.T destacou-se, apesar de seu corpo não muito atlético, no jogo de crícket, tornando-se não só o melhor jogador da Universidade, mas foi considerado o maior jogador da Inglaterra. C.T era o Kaká da Inglaterra! No entanto, embora C.T tenha participado das reuniões de oração no seu colegial, na Universidade tinha deixado de participar. Em novembro de 1883, no entanto, seu irmão caiu em grave doença e caminhava para a morte. Quase tão famoso quanto ele, Studd percebeu que, diante da morte, fama e prestígio não valiam de nada. Impactado por aquela doença do irmão, foi ouvir uma pregação de Moody e entregou sua vida a Cristo.

Após estas conversões, estes estudantes testemunharam sua história diante de seus conhecidos, e sua fama, carisma e talento causou um tremendo impacto na Universidade. Stanley e Monty montaram um grupo de estudo bíblico com o time de remo e oravam pela conversão de todos. Dixon, deixando o exército, falou de Jesus a todos os seus parentes. William tornou-se pastor de uma igreja local, Arthur foi para um seminário e C.T, através de sua fama, falou sobre Jesus Cristo a muitos jogadores.

O comissionamento:

Monty também tinha se tornado um seminarista e estava muito próximo de Arthur, por isso oravam e estudavam a Bíblia juntos. Arthur foi o primeiro a ouvir de Deus um chamado para a China. Em 1883, Stanley, Monty e Arthur formavam o protótipo do Cambridge Seven, pregando e falando de missões pela Universidade.
Dixon, já se preparando para o trabalho missionário, foi o segundo a ser chamado por Deus para ir à China. Stanley foi o terceiro, ao entrar em contato pessoalmente com Hudson Taylor, o famoso missionário fundador da Missão para o Interior da China.
O jovem Stanley, o mais persuasivo e entusiasta do grupo, foi procurar William, que se preparava para o trabalho missionário na África. O carisma do amigo foi tão forte que William decidiu também ser um missionário para a China.
Em setembro de 1884, Stanley, Dixon e William foram até a missão de Hudson Taylor para se candidatarem oficialmente como missionários.
Em novembro deste mesmo ano, Stanley convidou C.T para uma pregação de um missionário que retornava da China. O jovem jogador de crícket foi confrontado com o desafio de ser enviado ao país como missionário, aceitando-o prontamente.
Monty, no entanto, que havia ajudado Stanley a convencer C.T, e que participava de tudo sem muito envolvimento, foi profundamente tocado pelo envolvimento de C.T, e por isso, também se candidatou à missão.
Por causa da decisão de C.T., a viagem dos 3, agora 5, foi postergada, já nos propósitos de Deus. Enquanto isso, Stanley, C.T, Monty, William e Hoste testemunhavam sua decisão aos colegas na Universidade, e desta forma, impactavam os estudantes de Cambridge. Certa vez, junto a Hudson Taylor, os 5 deram vários testemunhos na Universidade, e ao fazerem um apelo, somente um estudante atendeu: Arthur Phollil-Thurner.
Cecil Phollil-Thurner, neste tempo, já estava por demais constrangido, por ele mesmo ter sido um dos que tinha encorajado C.T ao trabalho missionário, ele mesmo ainda não havia se comprometido. Em janeiro de 1885, os irmãos Turner vão juntos até Hudson Taylor e oferecerem-se para o trabalho na China.
Agora, a Missão para o Interior da China possuía sete jovens candidatos que deveriam divulgar seu trabalho pela Inglaterra e pela Escócia. Nas seis semanas seguintes que antecederam a viagem, os sete visitaram muitas cidades e Universidades, onde impactavam por onde passavam a vida de estudantes. Foi neste período que ganharam o apelido de Cambridge Seven.
“Nunca antes na história das missões um grupo tão singular seguiu para o trabalho no campo estrangeiro”, foi a notícia que correu a Inglaterra em fevereiro de 1885: os sete estudantes de Cambridge estavam seguindo adiante para a missão na China, deixando atrás de si uma multidão de universitários em chamas. Em 18 de março de 1885, o grupo inusitado chega em Shangai.

O impacto entre os estudantes da Inglaterra, Escócia e Estados Unidos:

Todos os sete, especialmente C.T, eram jovens muito ricos da Inglaterra. Calcula-se que C.T. tenha herdado cerca de meio milhão de dólares atuais. Além disso, eram extremamente talentosos e inteligentes. Muitos em sua época consideraram o ato um grande desperdício de talentos. Porém, maior que o impacto que estes jovens causaram na China, foi o seu testemunho entre os estudantes. O folheto com seus testemunhos, “The Evangelisation of the World: The Cambridge Seven” se tornou um Best seller nas universidades e chegou às mãos da Rainha Vitória. A Missão Para o Interior da China, em 1885, ano que os jovens fizeram o trabalho, recebeu 168 novos missionários, passando para 800 em 1900, representando um terço da força missionária da Inglaterra.
O folheto e a história do grupo chegou aos EUA influenciando muitos estudantes, especialmente Robert Wilder, que foi um dos estudantes a liderar o maior avivamento estudantil que ergueu a mais impactante onda missionária da história cristã, o Movimento de Estudantes Voluntários.

Fontes:
TUCKER, Ruth A. Até os confins da terra. Vida Nova, SP.
WINTER, Ralph D. e HAWTHORNE, Steven C. Missões Transculturais: uma perspectiva histórica.
WONG, Anthony B. The Cambridge Seven. Link: http://www.wholesomewords.org/missions/mscambridge7.html
Wikipédia inglesa.


Via http://confeitariacrista.blogspot.com/

3 comentários:

Anônimo disse...

Paz do Senhor, procuro o livro abaixo: TUCKER, Ruth A. Até os confins da terra. Vida Nova, SP.

alguém sabe onde posso encontrar ?

Paz.

Sammis Reachers disse...

No site da editora é possível baixar o catálogo da mesma. No catálogo, encontrei esta nota:

Missões até os confins da terra: uma história biográfica – Ruth A. Tucker
lançamento 2010

Infelizmente não sei se trata-se de re-edição ou de uma outra obra, mas parece mesmo tratar-se de outra em acréscimo. Envie um e-mail para a editora. O site deles é: http://www.vidanova.com.br/

Caso o livro esteja esgotado, você pode procurar um exemplar usado no Estante Virtual, um site que reúne mais de 500 sebos de todo o Brasil: http://www.estantevirtual.com.br

Deus lhe abençoe!

Marcello de Oliveira disse...

Shalom!

Uma alegria conhecer seu blog. O Eterno resplandeça o rosto Dele sobre ti.

Medite no Sl 147.14

Nele, Pr Marcelo

Visite>> http://davarelohim.blogspot.com/

e veja o texto:

As 4 vozes da queda da Babilônia

P.s>>> Caso vc se identifique com o blog, torne um seguidor. Será um prazer!

Grato!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...