quarta-feira, 22 de julho de 2009

Testemunho – Fazedores de Tendas na África

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Testemunho – Fazedores de Tendas na África

E.S.C.

"... pois a profissão deles era fazer tendas" (At 18:1-4)
Há muito tempo esses versículos têm sido um desafio para as nossas vidas. De uma forma especial, alimentamos o desejo de servir a Deus com nossas vidas e dons, levando o Evangelho a locais onde normalmente há restrições à presença de igrejas e aos missionários convencionais.
Essa vocação aconteceu em circunstâncias muito semelhantes na minha vida e na vida de minha esposa. Ela, que trabalhava como enfermeira em seu país, sentiu que Deus a chamava para servir com sua profissão no continente africano. Eu, da mesma forma, tendo concluído o curso de engenharia agronômica, fui, ao longo dos anos, recebendo confirmações de Deus de que poderia exercer minha profissão e ser um missionário. Cremos que o campo é o mundo, mas Deus, em sua sabedoria, sempre nos possibilitou desenvolver boas amizades com irmãos africanos de modo a conhecer melhor a realidade desse continente, definindo em nossos corações o amor por esse povo.
Após o período de universidade e experiências profissionais por aqui, sentimos a necessidade de um preparo teológico específico, visando o exercício do trabalho missionário num ambiente transcultural. Fizemos, então, o curso de missões transculturais voltado para fazedores de tendas no CEM – Centro Evangélico de Missões, em Viçosa, MG. No contato com professores e missionários, percebemos o quanto a estratégia de fazedores de tendas faz sentido em nossos dias.
Em Moçambique, trabalhamos ao todo por quase dez anos — os últimos seis com a Visão Mundial Internacional no Projeto Recuperação da Agricultura, Saúde e Estradas, localizado em Nampula, província ao norte do país. Nosso objetivo era cooperar com o governo moçambicano, atuando em áreas e estratégias para aliviar o sofrimento humano em situações de risco: proporcionar novas tecnologias para a agricultura, desenvolver programas na área de saúde e trabalhar na recuperação de estradas e pontes, destruídas no período da guerra.
Como profissionais, poderíamos simplesmente atuar em nossas áreas. Porém, com a visão de fazedores de tendas, aquela era a oportunidade de, em cada momento e circunstâncias do dia-a-dia, mostrar o amor de Deus, desenvolvendo relacionamentos sadios. Mesmo em um ambiente muçulmano, era possível mostrar que a nossa motivação está centrada no modelo de Jesus (Lc 4:17-19).
Os Projetos de Agricultura e Saúde se complementavam, visto que eu trabalhava na produção de alimentos (horticultura, castanha de caju e fruteiras), processamento de oleaginosas (gergelim, girassol e amendoim) e armazenamento de grãos. Sara, por sua vez, atuava nas mesmas aldeias, conscientizando os camponeses da necessidade de uma dieta diversificada, balanceada e rica em proteínas e vitaminas, entre outras atividades.
Ao final de um ciclo de trabalho, as amizades e os vínculos eram criados, e surgia a oportunidade de um testemunho pessoal. Depois de algum tempo já tínhamos a liberdade de expor nossa fé, em quem cremos e por que estávamos ali.
Entre as muitas estratégias, utilizávamos o filme Jesus, traduzido para o dialeto Makwa, que causava um impacto impressionante nas pessoas! Daí surgia a necessidade de dar continuidade ao primeiro contato com o Evangelho, pois muitos ficavam ansiosos por conhecer mais de Jesus. Atuávamos em parceria com as igrejas evangélicas locais, que, muitas vezes, recebiam as pessoas e davam continuidade ao processo de discipulado. Tínhamos o apoio do Departamento de Testemunho Cristão da Visão Mundial, que também atuava na formação de pastores e líderes, e na distribuição de literatura evangélica.
Atualmente estamos num processo final de documentação para seguirmos para o Norte da África, numa parceria entre a Agência Presbiteriana de Missões Transculturais e uma missão específica para fazedores de tendas. Temos o propósito de atuarmos da mesma forma, num contexto muçulmano em que são grandes as limitações, porém com o mesmo desejo de levar pessoas ao conhecimento de Jesus e de seu amor. Contamos com suas orações e apoio nesse novo projeto.
Cremos que as portas estão abertas aos profissionais cristãos. A clara compreensão de que missão se faz tanto em Jerusalém, como em toda Judéia e Samaria, e até aos confins da terra nos dá a idéia de simultaneidade — tanto aqui como lá nos confins há oportunidades para o ministério. O claro entendimento de que Deus já nos chamou com o seu IDE, de que temos o poder do Espírito Santo e a mesma vocação de Jesus em João 20:21, nos faz cientes de que não devemos mais transferir para os outros a responsabilidade de alcançar o mundo com o Evangelho. A responsabilidade é nossa. Temos o privilégio de sermos cooperadores de Deus. O apóstolo Paulo, nosso modelo de fazedor de tendas, nos desafia hoje. Professores, advogados, médicos, engenheiros, donas de casa, estudantes, empresários... Somos desafiados a sair e estar em contato com as pessoas do nosso círculo de trabalho e parentesco, pessoas que dificilmente se sentiriam à vontade para ir a uma igreja, mas que, com certeza, esperam de nós um testemunho fiel, uma palavra de amor, de modo que possam encontrar em Jesus um Amigo e Salvador de suas vidas.

“Deus, teve um único filho, e fez dele um missionário.”

Fonte: http://www.aftb.org.br

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